Depressão: conhecer para se cuidar (parte III)

01/08/2012 22:20

 

        No artigo anterior falamos um pouco sobre os tipos de depressão. Neste mês, encerrando a série de artigos sobre depressão, falaremos sobre como este transtorno se manifesta na infância e adolescência.

        Essa doença é pouco conhecida quando se trata de crianças e adolescentes. Seus sintomas não são percebidos com facilidade pelos pais e/ou familiares. Dependendo da fase de desenvolvimento da criança e do adolescente, a depressão pode se expressar de forma variada. Os bebês podem apresentar, entre os vários sintomas, expressão facial triste e alterações do apetite e do sono, inquietação, retraimento e choro frequente, apatia, podem não responder aos estímulos visuais e verbais.

        Crianças na idade pré-escolar quando deprimidas apresentam frequentemente dores abdominais, falhas em adquirir peso esperado para a idade, fisionomia triste e/ou lamentação, irritação, diminuição do apetite, agitação psicomotora ou hiperatividade, sono agitado, movimentos repetitivos, hetero-agressividade (ou seja, agressividade com os outros), e auto-agressividade (agressividade contra si mesmo). Podem ainda perder algumas de suas habilidades adquiridas antes como, por exemplo, regressão na linguagem e enurese (fazer xixi na cama ou na roupa). Dos 2 aos cinco anos podem se tornar excessivamente dependentes, chorando muito ao se separar da família.

        Na faixa etária compreendida entre 6 e 12 anos as crianças deprimidas aparentam estar tristes; choram à toa, podendo ficar apáticas, com manifestações emocionais escassas. Têm movimentos lentos: voz monótona; baixa estima; perda de interesse pelos estudos e outras atividades; além de sintomas somáticos como dor de cabeça e dor abdominal.

        Já os adolescentes podem apresentar pensamento de cunho depressivo; sentimento de inferioridade e de inutilidade; queda do desempenho escolar e da concentração; além dos sintomas mais comumente presentes nos adultos: insônia ou sono excessivo; falta ou excesso de apetite; perda de energia e desinteresse pelas atividades diárias.

        É necessária atenção da família e da escola diante das manifestações acima apresentadas porque o quadro de depressão na infância e na adolescência pode levar a um episódio de depressão maior na idade adulta, o que reforça a necessidade de se fazer o diagnóstico e de dar início ao tratamento o mais breve possível. Portanto, pais e responsáveis, fiquem atentos e a qualquer sinal de alteração procurem ajuda especializada.

Fonte: Caló, FA. Depressão: definição, tratamento e ajuda. InPA, 2005

Fu I, Lee. Epidemiologia e fatores clínicos dos transtornos afetivos na infância e adolescência. In: Transtornos afetivos da infância e adolescência. São Paulo: Lemos, [199-]                                                   Bianca – Psicóloga e carmelita

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